O jogo “Passo em Frente” é uma dinâmica especialmente criada para desenvolver habilidades de empatia, promover a união e aumentar a consciencialização sobre preconceitos e estereótipos arraigados. Pode ser adaptado de duas maneiras: na Forma A, os participantes assumem personalidades fictícias e respondem de acordo com essas personalidades; na Forma B, os participantes jogam como eles mesmos, compartilhando as suas próprias emoções e experiências. Ambas as formas visam aprofundar a compreensão mútua e estimular discussões reflexivas sobre a diversidade e os preconceitos. O jogo “Passo em Frente” é uma ferramenta eficaz para promover a empatia, a união e a consciencialização sobre preconceitos, fortalecendo os laços entre os participantes e tornando-os mais conscientes de como a suas perceções podem ser influenciadas por preconceitos. Este jogo é uma valiosa adição a programas de desenvolvimento pessoal, educação e sensibilização para a diversidade.
Objetivo:
- desenvolver competências ao nível da empatia pelo outro e do reconhecimento das emoções;
- promover o sentimento de unidade;
- compreender e aceitar que existem preconceitos e estereótipos enraizados em cada um de nós que é necessário contrariar e combater.
Explicação para o dirigente:
A dinâmica pode decorrer de uma ou outra forma.
Forma A – são atribuídas personalidades com características definidas a cada participante, que terá de encarnar essa personalidade e assumi-la no decorrer da dinâmica. As respostas deverão ser dadas de acordo com o que essa personalidade sentiria e de que forma reagiria perante as situações apresentadas;
Forma B – cada participante “joga” como ele próprio, considerando as suas emoções, experiências e opiniões sobre si próprio.
Como dinamizar a forma A: todos os participantes, depois de terem recebido a sua personalidade, devem alinhar-se lado a lado. Não é permitido questionar o dirigente sobre outros detalhes das personalidades. A cada frase lida, se o participante achar que a personalidade que lhe foi atribuída se identifica com a afirmação, deve dar um passo em frente. Caso contrário, o participante permanece no mesmo sítio. No final das questões, teremos alguns jovens ainda perto da linha de partida e outros espalhados pelos diferentes níveis do percurso. Na segunda fase da dinâmica pretende-se que seja feita uma reflexão conjunta, ainda sem desvendar cada personalidade, sobre o porquê da consequente distribuição espacial dos jovens e sobre as condicionantes e dificuldades que cada um sentiu neste percurso. Na terceira e última fase, cada um tem oportunidade de desvendar a sua personalidade e de que modo a enriqueceu (por exemplo, por que motivo assumiu que a família era pobre, ou infeliz, ou gordo ou magro, etc.).
Como dinamizar a forma B: os participantes devem colocar-se em círculo, de frente uns para os outros, de olhos fechados durante toda a dinâmica. A cada frase lida, se o participante se identificar com a mesma, deve ser dado um passo em frente e abrir os olhos, reconhecendo quem sente o mesmo que ele. De seguida, devem dar um passo atrás e fechar novamente os olhos, antes de ser lida a frase seguinte. Na segunda e última fase da dinâmica, os participantes devem assumir uma posição confortável (sentados, espalhados pela sala, etc.) para se fazer uma pequena partilha do que sentiram e perceberam com a dinâmica.
Nota: recomendamos que as dinâmicas, principalmente se se optar pela forma B, sejam feitas em ambiente intimista e em contexto de reflexão e introspecção
Personalidades forma A:
- adolescente bissexual expulso de casa pela família, vive com o melhor amigo e trabalha em part-time numa cadeia de fast food;
- youtuber queer, tem milhares de seguidores no seu canal de maquilhagem;
- jovem que nasceu em Cabo Verde e se mudou para Portugal aos 3 anos. Tem mais 3 irmãos;
- jovem de etnia cigana, ambicioso e que pretende seguir o curso de Direito;
- Refugiada de uma situação de guerra que chegou ao nosso país há 10 anos. Neste momento prostitui-se;
- Jovem que nasceu em berço de ouro, gosta de videojogos e de passar tempo sozinho;
- jovem que foi à Missão País motivado em evangelizar junto dos seus colegas de escola que não participaram na experiência.
Nota: deixamos à consideração da equipa de animação a criação de outras personagens.
Questões para ambas as formas:
- Sinto que a cor da minha pele pode condicionar o meu futuro;
- Já fui gozado por aquilo de que gosto ou que faço;
- Tenho vergonha das minhas origens;
- Acho que terei dificuldade em entrar na faculdade;
- Acho que os outros têm dificuldade em entender as minhas crenças;
- Gostava de conseguir manifestar mais facilmente as minhas opiniões;
- Sinto que poderia ser mais ouvido;
- O meu aspeto físico incomoda-me;
- Já sofri bullying por causa do meu aspeto;
- Gostava de ser mais próximo da minha família;
- Tenho dificuldade em fazer amigos;
- Sinto que a minha família passou dificuldades por minha causa;
- Às vezes penso que a minha vida seria mais fácil se tivesse nascido noutra condição;
- Acho que sou mais culto que os outros jovens da minha idade;
- Sou mais inteligente do que aquilo que acham.
Objetivos educativos:
- F2.
- A1; A4; A5.
- C6.
- E3.
- I2.




